O Brasil que queremos depende de nós

Nesta última sexta-feira dia 19 de outubro de 2012 aconteceu o último capitulo da novela Avenida Brasil e tal fato mobilizou o Brasil todo, o assunto ganhou as manchetes de grandes portais da internet e espaço nos principais telejornais da Globo, que fazia questão de frisar e lembrar que o Brasil parou para acompanhar os momentos finais da novela e para saber o destino de cada um dos personagens da trama.

E ao assistir essas reportagens, de pessoas debatendo e falando sobre o assunto nas ruas, nas escolas e no trabalho fiquei imaginando, como seria nosso país se existisse uma mobilização tão grande toda fez que algo de errado estivesse acontecendo ?

Corrupção
Será que teríamos tantos políticos corruptos se cada vez que fosse divulgado um escândalo a população se mobilizasse, discutisse e cobrasse das autoridades mudanças nas leis e punição aos envolvidos?

Com certeza o país ganharia muito mais se todos discutissem a respeito de quem e quais seriam os culpados pelos desvios milionários do mensalão, ao invés de fazerem bolão de apostas para descobrir “quem matou o Max”.

Impostos
Será que teríamos tantos impostos que sugam boa parte da renda do trabalhador, principalmente dos que ganham menos, e não voltam novamente para a sociedade em forma de melhorias, se existisse uma mobilização constante e fiscalização maior por parte de todos a respeito de onde esta indo todo esse dinheiro?

Só neste ano o brasileiro já pago mais de 1 trilhão em impostos, segundo dados do impostômetro, o que dá mais de R$ 6.200,00 por habitante, mas você ouviu algum amigo ou vizinho seu nos últimos dias preocupado com isso? Com certeza não afinal era mais importante saber qual seria o destino da Carminha na novela.

As reclamações pontuais
Por outro lado, diversas vezes ouve-se reclamações pontuais por parte de algumas pessoas sobre o sistema, mas isso geralmente acontece somente quando ela precisou de algum serviço ou atendimento, por exemplo da saúde pública e acabou ficando horas, dias ou até meses esperando por uma simples consulta ou resultado de um exame.

Ou então quando acabou sendo assaltada em frente da sua casa por falta de mais policiamento e leis mais duras contra a criminalidade, ou ainda por pegar todos os dias o ônibus/metro lotado para ir e voltar ao trabalho.

Mas são somente reclamações e burburinhos e no final acomoda-se e acaba acreditando que isso sempre foi assim e vai continuar sendo e que nada vai mudar, e basta a vitória do time do coração ou o final de uma novela para acreditar que tudo esta bem e que vivemos em um país de primeiro mundo.

Conclusão
E antes que alguém comece a dizer que se eu não gosto de novela basta desligar a tv ou mudar de canal, quero deixar claro que não sou contra as novelas, muito pelo contrário afinal é um entretenimento, um lazer que todos merecem após um longo e cansativo dia de trabalho, tanto é que também assisti ao último capítulo.

E o ponto que quero chegar é que é possível sim ter um Brasil melhor, um Brasil que sonhamos para nossos filhos e netos, porém é necessário unir-se, mobilizar-se sair da zona de conforto que acreditamos estar, pois somente o fato de discutir e conversar sobre assuntos que afetam seu bairro e cidade com amigos e colegas já é um grande passo, pois é uma maneira de melhorar a vida em sua cidade!

Não faça de conta que a falta de segurança, falta de saúde, transporte digno, corrupção, etc não é problema seu, por que ele é um problema de todos! Toda a sociedade acaba pagando e sofrendo com a falta ou ineficácia desses e tantos outros serviços essenciais para a população.

Por isso reflita um pouco sobre o assunto, olhe a sua volta, olhe seu bairro a sua cidade, será que esta tudo perfeito ou falta alguma ou muita coisa para ser feito, é isso que realmente você quer para a sua vida e para vida de sua família?

Acredito que só teremos o Brasil que queremos quando a população sentir-se tão indignada com as coisas erradas que acontecem no dia a dia assim como sente-se quando assiste uma novela e vê a vilã sempre se dando bem.

Pense nisso!